Venezuela: ONU pede mais solidariedade para necessidades humanitárias

A ONU apelou hoje a uma “maior solidariedade” da Comunidade Internacional para atender venezuelanos em situação de vulnerabilidade, alertando que continuam a existir “necessidades humanitárias significativas” na Venezuela.

Oapelo foi feito em Caracas, pelo secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, ao terminar uma visita de três dias à Venezuela.

“Estou esperançado, ao ver que a economia está a dar sinais de recuperação”, disse, sublinhando que, no entanto, “subsistem necessidades humanitárias significativas”.

“É mais importante do que nunca que a Comunidade Internacional mostre uma maior solidariedade com os venezuelanos para que seja possível garantir que os mais vulneráveis, como mulheres, crianças e idosos, não fiquem para trás”, frisou.

Griffiths foi recebido pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e reuniu-se também com a vice-presidente Executiva, Delcy Rodríguez, o presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, autoridades locais, agências da ONU, ONG nacionais e internacionais, e uma delegação da oposição venezuelana.

“Em conjunto, debatemos formas de reforçar os esforços para satisfazer as necessidades dos mais vulneráveis e criar oportunidades para que possam começar a reconstruir os seus meios de subsistência e a satisfazer as suas aspirações para o futuro”, explica um comunicado.

Segundo o documento, uma vez que “a Venezuela é um país com recursos próprios significativos”, o governo, a oposição e a comunidade internacional devem “trabalhar em conjunto para alcançar acordos que priorizem as necessidades” dos venezuelanos, para “canalizar os recursos para enfrentar os desafios humanitários e sociais mais urgentes e promover a recuperação económica do país”.

O documento precisa que Martin Griffiths, visitou a Maternidade Concepción Palácios, onde se reuniu com médicos, mulheres grávidas e mães com os bebés recém-nascidos.

“Conheceu, em primeira mão, como a ajuda humanitária tem contribuído para reforçar os serviços de saúde e reduzir a mortalidade materna através de assistência técnica, fornecimento de água e entrega de suprimentos e equipamentos”, explica.

“Apraz-me dizer que nas reuniões com as autoridades, concordámos em divulgar o Plano de Resposta Humanitária para 2022-2023 (PRHV, da ONU), que ajudará a facilitar o acesso aos recursos para o bem-estar do povo venezuelano”, afirma Martin Griffiths.

O documento destaca que chegaram a um acordo para “trabalhar em conjunto para melhorar as condições de acesso dos parceiros humanitários” e que o PRHV requere de 795 milhões de dólares (781,8 milhões de euros) para assistir 5,2 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Essa assistência estará centrada no apoio aos serviços de saúde, segurança alimentar, nutrição, reforço da prestação de serviços básicos, educação, promoção da proteção e mobilidade humana.

“O Plano (PRHV) fornece assistência para salvar vidas, fomenta a resiliência, restabelece os meios de subsistência e aborda os principais riscos de proteção para as populações mais vulneráveis”, explica.

Por outro lado, Martin Griffiths agradeceu o “esforço importante” de doadores internacionais que permitiram a mobilização de 170 milhões de dólares (167,17 milhões de euros) desde janeiro de 2022.

“Mas devemos fazer mais (…) isto deve também ser acompanhado por um maior compromisso com o desenvolvimento da Venezuela para aproveitar o impulso dos primeiros sinais de recuperação económica e ajudar a transformar isto em oportunidades e esperança para milhões de pessoas”, afirma.

Segundo Martin Griffiths “a ONU está na disposição de apoiar uma Venezuela” que “tem uma oportunidade única de encontrar soluções para os seus próprios desafios” e, “num contexto de crise energética e alimentar global, também tem o potencial de contribuir para soluções globais para os mais vulneráveis”.