Lixeiras emitem muito mais metano do que se pensava

As lixeiras estão a emitir muito mais metano, um gás com efeito de estufa, para a atmosfera, resultante da decomposição do lixo, do que se pensava, concluiu um estudo agora divulgado.

Cientistas usaram informação de satélite relativa a quatro importantes cidades – as indianas Delhi e Mumbai, a paquistanesa Lahore e a argentina Buenos Aires – e apuraram que as emissões das lixeiras em 2018 e 2019 foram 1,4 e 2,6 vezes superiores às estimativas anteriores.

O estudo, publicado pela Science Advances e divulgado na quarta-feira, pretende ajudar os governos a focarem esforços no combate às alterações climáticas, ao apontarem locais específicos causadores de maior preocupação.

Quando o lixo orgânico, como restos de comida, madeira ou papel, se decompõe, emite metano para o ar. As lixeiras são a terceira fonte de emissões de metano, depois dos sistemas de petróleo e gás e da agricultura.

Apesar de só representar 11% das emissões de gases com efeito de estufa e só durar cerca de uma dúzia de anos na atmosfera, retém 80 vezes mais calor do que o dióxido de carbono.

Os cientistas estimam que pelo menos 25% do aquecimento global de hoje resultam do metano emitido por ações humanas.

No início deste ano, Nova Delhi esteve debaixo de fumo durante dias depois de uma lixeira extensa se ter incendiado, quando o país registou um calor extremo, com temperaturas acima dos 50 graus centígrados.

China, Índia e Federação Russa são os maiores emissores de metano, apurou recentemente a Agência Internacional de Energia.

Na conferência das Nações Unidas de 2021, 104 países comprometeram-se em reduzir as suas emissões de 2020 em 30% até 2030. A China e a Índia não subscreveram este compromisso.