Qatar vai fornecer gás natural à Alemanha a partir de 2026

O Qatar vai fornecer gás natural liquefeito (GNL) à Alemanha a partir de 2026, num acordo de 15 anos assinado esta terça-feira e numa fase em que Berlim procura substituir o fornecimento de gás russo.

Os valores deste negócio não foram divulgados, mas o Qatar irá enviar dois milhões de toneladas de gás para a Alemanha através de terminal que se encontra em construção em Brunsbuettel, noticiou a agência Associated Press (AP).

O acordo envolve a Qatar Energy, empresa estatal do país, e a ConocoPhillips, que tem participações no campo ‘offshore’ de gás natural do Qatar no Golfo Pérsico, que partilha com o Irão.

Com as sanções aplicadas pelos países europeus à Rússia pela invasão da Ucrânia em fevereiro, Moscovo cortou o fornecimento de gás natural utilizado para aquecer casas, gerar eletricidade e alimentar a indústria.

Esta situação gerou uma crise de energia que tem contribuído para a inflação e o aumento da pressão sobre as empresas, à medida que os preços aumentam.

A Alemanha, que obtinha mais da metade do seu gás da Rússia antes da guerra, não recebe gás russo desde o final de agosto.

Os alemães estão a construir cinco terminais de GNL, como parte fundamental do seu plano para substituir o fornecimento russo. Os primeiros devem entrar em operação em breve.

Grande parte do atual fornecimento de gás da Alemanha vem ou passa pela Noruega, Países Baixos e Bélgica.

O esforço da Alemanha para evitar uma crise energética a curto prazo também inclui a reativação temporária de antigas centrais a carvão e petróleo e a extensão da vida útil das três últimas centrais nucleares do país, que deveriam ser desligadas no final deste ano, até meados de abril.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, que visitou o Qatar em setembro, saudou este acordo, realçando que o controlo de longo prazo é importante para a segurança energética da Alemanha.

“No geral, iremos garantir que temos muitos países diferentes a garantir o nosso suprimento de energia. Como tal, estou confiante de que este é mais um importante bloco de construção para uma casa que já construímos em grande parte”, sublinhou Olaf Scholz.