“Papel que o CDS-PP tem na democracia portuguesa não é substituível”

O deputado do CDS-PP João Almeida defendeu hoje que o partido tem um papel insubstituível na Assembleia da República e afirmou que agora é tempo de os centristas mostrarem que mereceram a oportunidade.
"Papel que o CDS-PP tem na democracia portuguesa não é substituível"
João Almeida, que substituiu Nuno Melo quando o líder saiu da Assembleia da República para integrar o Governo, defendeu que “não está no parlamento de Portugal ninguém que represente o mesmo que o CDS” e que “o papel que o CDS tem na democracia portuguesa não é substituível por nenhum partido que também lá está”.

“Nós somos de direita, assumimo-nos sempre de direita, revelámo-nos sempre de direita desde o primeiro momento da nossa fundação, há 50 anos”, afirmou o deputado numa intervenção perante o 31.º Congresso, acrescentando: “Somos conservadores, somos liberais, somos democratas-cristãos e somos a direita que faz falta a Portugal exatamente por isso”.

João Almeida considerou que, apesar de ter perdido espaço mediático, o CDS-PP “nunca deixou de existir no terreno como existia” devido a um “povo do CDS que não deixará nunca que o partido acabe, que mostrou que o partido fazia sentido, que soube valorizar a sua missão e que permitiu voltar” ao parlamento e ao Governo.

O deputado defendeu também que o CDS-PP ter voltado a ter representação parlamentar “é só o princípio”.

“A partir daqui, no Governo e no parlamento, nós temos de mostrar que merecemos efetivamente esta oportunidade”, defendeu.

Sobre as eleições na Região Autónoma da Madeira, o dirigente afirmou que o CDS-PP vai concorrer sozinho, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos e nas últimas legislativas, e que o partido não em “problema nenhum com isso”.

Já Diogo Moura, vice-presidente do CDS-PP e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, realçou que o partido “voltou ao parlamento e ao Governo não por favor, mas por mérito, não por conveniência, mas por competência”.

O autarca defendeu que “nunca o CDS almejou o poder pelo poder, mas sim o poder pelo serviço”.

Também numa intervenção perante o 31.º Congresso, a antiga deputada Cecília Meireles considerou que este é “um tempo de esperança” para o país após a governação socialista e rejeitou que as pensões futuras não podem ficar em risco para fazer uma “redução artificial” da dívida pública, pedindo escrutínio.

A centrista falou também na educação, considerando que há uma “geração sacrificada por aquilo que não aprendeu” devido à pandemia e ao “facilitismo socialista”.

Numa das últimas intervenções antes da pausa dos trabalhos, a vice-presidente Maria Luísa Aldim considerou ser “tempo de tornar o CDS ‘sexy’ para os portugueses”, um partido “plural, diverso, moderno, que saiba falar para as famílias reais” e dar respostas às suas preocupações.

Durante as várias intervenções da tarde, houve congressistas que defenderam que o CDS-PP não deve confundir-se com o PSD. Bruno Filipe Costa, que no último congresso apresentou uma moção de estratégia global, pediu que não deixem que a “identidade do CDS se dilua em laranjas” e outro delegado defendeu que o partido não pode “dormir à sombra da laranjeira”.

Às 20:41, os trabalhos foram interrompidos para jantar, devendo retomar às 22:00 com mais intervenções dos congressistas.