Nove membros da máfia italiana acusados de jogo ilegal em Nova Iorque

Nove membros de duas organizações da máfia italiana nos Estados Unidos, Genovese e Bonanno, foram acusados pelos crimes de extorsão, conspiração para lavagem de dinheiro e jogo ilegal, divulgou hoje a Procuradoria-Geral de Nova Iorque.

Oito dos acusados do clã da ‘Cosa Nostra’ foram detidos hoje, em deles em Miami, Estado da Florida, onde será presente a tribunal para a leitura oficial das acusações, referiu a Procuradoria-Geral de Brooklyn, em comunicado.

Entre os detidos estão Anthony Pipitone, identificado pela justiça norte-americana como “capitão e soldado” da família Bonanno, assim como Vito Pipitone, “soldado” detido em Miami, e Agostino Gabriele, associado a este clã.

Também foram detidos Carmelo Polito, “capitão interino” do Genovese, o “soldado” Joseph Macario, e Salvatore Rubino, associado a este clã, tal como Joseph Rutigliano, que não foi detido.

Segundo os documentos apresentados ao tribunal, os acusados, com idades entre os 35 e 68 anos, estavam envolvidos em operações ilegais de jogos de azar no distrito leste do Estado de Nova Iorque.

A acusação indica também que, pelo menos a partir de maio de 2012, as famílias começaram a administrar em conjunto “uma lucrativa” operação de jogo ilegal num café no condado de Nassau, Long Island.

Os suspeitos também mantinham jogos ilegais através de um clube de futebol e de uma sapataria, em Queens e Long Island, respetivamente.

Estes locais geraram “rendimentos consideráveis” para ambas as famílias.

Rutigliano e Rubino recolhiam o dinheiro para os Genovese e distribuíam-no por membros de alto escalão, enquanto Gabriele realizava estas operações para os Bonannos, salientou a justiça norte-americana no comunicado.

Carmelo Polito está também acusado de operar um esquema ilegal de jogos de azar ‘online’ em que eram feitas apostas em eventos desportivos através do ‘site’ PGWLines.

Polito supostamente tentou extorquir dinheiro de um homem que perdeu vários milhares de dólares no jogo.

A Procuradora-Geral de Nova Iorque indicou ainda que o acusado teria instruído outro indivíduo a transmitir uma mensagem intimidadora ao devedor.

Também entre os detidos está o detetive da polícia de Long Island, Hector Rosário, acusado de ter aceitado dinheiro dos Bonannos em troca de realizar rusgas policiais em locais de jogo concorrentes.

Rosario está acusado de obstruir uma investigação do grande júri da Procuradoria-Geral dos EUA em Brooklyn e de mentir à polícia federal (FBI).

“As detenções de hoje, de membros de duas famílias criminosas da La Cosa Nostra demonstram que a máfia continua a atormentar as nossas comunidades com jogos ilegais, extorsão e violência enquanto usa o nosso sistema financeiro para os seus esquemas criminosos”, salientou o procurador do distrito leste, Breon Peasse, citado na nota de imprensa.

Segundo Breon Peace, é “ainda mais perturbadora” a conduta “vergonhosa” do detetive “que traiu o seu juramento” quando se aliou aos criminosos.

Cinco principais organizações da ‘Cosa Nostra’, Genovese, Bonanno, Colombo, Lucchese e Gambino, operam na costa nordeste dos Etados Unidos.