Ministro israelita da Defesa na Turquia abre nova era de relações

A visita do ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, hoje, à Turquia e por algumas horas, abriu uma nova era nas relações com Ancara, após uma década de distanciamento.

Esta viagem de um dia ao país membro mais oriental da Nato, decorreu dois meses após terem sido retomadas as relações diplomáticas entre Israel e a Turquia.

“Por mais de uma década não houve laços formais no âmbito da segurança”, disse Gantz após a reunião que teve com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o ministro da Defesa, Hulusi.

E prosseguiu: “Estamos a abordar isso hoje, através de um processo responsável e avaliado que responde aos interesses de Israel”.

Em 1949, a Turquia foi o primeiro país de maioria muçulmana a reconhecer a existência do Estado judeu.

Mas as relações entre os dois países foram deterioraram-se sob o regime conservador islâmico de Erdogan, no poder desde 2003, primeiro como primeiro-ministro e depois como presidente, que iniciou gradualmente o secularismo no país.

As relações bilaterais deterioraram-se sobretudo após a operação militar israelita em Gaza em 2008 e foram “congeladas” em 2010, após a morte de dez civis num ataque das forças militares especiais israelitas ao navio turco Mavi Marmara, que fazia parte de uma frota humanitária de ativistas que tentavam entregar ajuda para quebrar o bloqueio a Gaza.

Finalmente, os dois países anunciaram o restabelecimento de relações bilaterais em 17 de agosto e nomearam os respetivos representantes para este processo, mantendo Erdogan, ao mesmo tempo, o seu vínculo com o movimento islâmico Hamas, que controla Gaza.

Esta questão também foi levantada durante as reuniões, disse também o ministro da Defesa israelita.

E adiantou: “Lembrem-se que esta é a primeira reunião estratégica de segurança [entre os dois países], depois de muitos anos”.

Segundo um oficial israelita, que pediu o anonimato, as negociações concentraram-se principalmente nos “aspetos técnicos” da presença do Hamas na Turquia e não nos “fundamentos ideológicos”, o que “beneficia os palestinianos”

“A abordagem foi focar no que podemos realizar juntos”, acrescentou.