EUA desbloqueiam quase 930 milhões para se reabastecer em artilharia

O Exército dos EUA anunciou esta sexta-feira um contrato de quase 1.000 milhões de dólares (cerca de 930 milhões de euros) para aumentar a produção de munições de artilharia de calibre 155 mm, utilizadas em grandes quantidades pela Ucrânia.

As empresas de defesa General Dynamics Ordnance & Tactical Systems e American Ordnance vão competir por pedidos individuais de munição, ao abrigo do contrato de quase 1.000 milhões de dólares, revelou o Exército norte-americano em comunicado.

O objetivo é produzir entre 12.000 e 20.000 cartuchos de artilharia adicionais por mês, acrescentou, citado pela agência France-Presse (APF).

Este anúncio surge depois dos militares terem assinado um contrato de 522 milhões de dólares (cerca de 487 milhões de euros) para encomendar munição do mesmo calibre a duas outras empresas, como parte do pacote de assistência do Pentágono à Ucrânia.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022 confirmou o regresso dos confrontos entre as potências, com o uso massivo de munição de artilharia pelos beligerantes.

Em novembro, uma autoridade dos EUA adiantou que as forças russas dispararam cerca de 20.000 tiros por dia.

A Ucrânia estava disparando entre 4.000 e 7.000 tiros por dia, mais rápido do que os fabricantes de armas ocidentais podem produzir munições para acompanhar a necessidade.

Isto porque as munições levam mais tempo a produzir do que a serem gastas.

No entanto, a quantidade de munição utilizada pela Ucrânia e pela Rússia diminuiu um pouco com o inverno e porque ambos os países enfrentam escassez.

A invasão russa causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 7 mil civis mortos e mais de 11 mil feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.