Congressistas republicanos garantem em Kyiv apoio inequívoco dos EUA

O presidente do Comité de Inteligência da câmara baixa do Congresso norte-americano afirmou hoje que nos Estados Unidos é “esmagador” o apoio a continuar a ajudar a Ucrânia na sua luta contra a Rússia.
Apesar da oposição de uma fação do seu Partido Republicano, Michael Turner, que lidera o principal órgão da câmara encarregado de supervisionar as organizações de inteligência americanas, deixou esta garantia durante uma visita a Kyiv, ao lado de três outros congressistas republicanos.

“Há quem, à esquerda e à direita, questione a continuidade do apoio ou a quantidade de apoio. Isso certamente fará parte do debate. Mas há apoio, de forma esmagadora, à continuação da ajuda à Ucrânia, para que possa continuar a lutar contra esta agressão da Rússia” afirmou Turner.

A viagem à capital ucraniana foi o mais recente esforço dos republicanos na câmara baixa do Congresso, que estão a preparar as bases para a continuação da ajuda dos EUA, mas enfrentam oposição nas suas próprias fileiras.

Encorajados pela abordagem “America First” do ex-Presidente Donald Trump, alguns republicanos considerados mais à direita no partido clamam pelo fim da ajuda à Ucrânia, criando um potencial para uma luta política face à escolha do futuro candidato a Presidente.

Por exemplo, o governador da Florida, Ron DeSantis, um provável rival de Trump para a nomeação presidencial do Partido Republicano em 2024, sugeriu recentemente que defender a Ucrânia numa “disputa territorial” com a Rússia não era uma prioridade significativa de segurança nacional dos EUA. Mais tarde voltou atrás na sua posição, após críticas de outros membros do partido.

Com a guerra na Ucrânia a entrar no seu segundo ano, o deputado Chris Stewart, outro dos congressistas nesta visita a Kyiv, disse acreditar que o povo norte-americano continuará a apoiar a ajuda enquanto os recursos dos EUA estiverem a ser usados criteriosamente.

“A guerra vai levar algum tempo”, disse Stewart, que também faz parte do comité de inteligência, “o que não é surpreendente. Acho que o povo americano entende isso, desde que sinta que estão a ser feitos progressos sobre ter cuidado com o dinheiro e ser ponderado sobre como são aplicados os recursos dos EUA.”

Outro membro da delegação, o deputado Darin LaHood, declarou que a visita à Ucrânia tem como objetivo observar a situação no terreno da “guerra ilegal e não provocada lançada por [Vladimir]Putin”, Presidente russo.

Isso, referiu, “ajudar-nos-á quando tivermos de tomar decisões sobre mais financiamento e apoio adicional para este conflito”.

Também em Kyiv para sublinhar a importância do apoio à Ucrânia esteve o ex-secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, que faz parte da longa lista de potenciais candidatos republicanos à nomeação presidencial.

Durante um evento organizado pelo empresário ucraniano Victor Pinchuk, Pompeo, questionado sobre as vozes dissidentes nos Estados Unidos, disse que o Presidente ucraniano “pediu equipamentos. Não pediu soldados” e que enquanto for assim está convencido que “a maioria dos líderes americanos verá dessa forma e apoiará os esforços da Ucrânia.