Bombardeamentos na Jugoslávia? NATO destruiu “segurança europeia”

O Governo russo comemorou hoje o 25.º aniversário do início dos bombardeamentos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) contra a Jugoslávia, considerando que destruíram “as bases da segurança europeia” estabelecidas após a Segunda Grande Guerra.
Bombardeamentos na Jugoslávia? NATO destruiu "segurança europeia"
AAliança Atlântica, sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, iniciou uma campanha de bombardeamentos contra as forças sérvias destacadas na capital do Kosovo, Pristina, em 24 de março de 1999, tendo posteriormente alargado as suas operações a Belgrado, Podgorica, Novi Sad e outras localidades sérvias e montenegrinas.

Desde então, a NATO argumentou que se tratava de uma operação necessária face à grave crise no Kosovo, enquanto Belgrado, e o seu aliado próximo Moscovo, consideraram tratar-se de uma campanha ilegal que custou a vida a muitos civis.

Dados do Governo sérvio, responsabilizam os ataques da NATO pela morte de 2.500 civis, enquanto estimativas da organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch totaliza as vítimas civis entre os 488 e 527.

Numa declaração de hoje do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Rússia reitera que os bombardeamentos dos “Estados Unidos e dos seus aliados (…) mataram mulheres, crianças e idosos” e que “o Ocidente destruiu com as suas próprias mãos as bases em que assentava a segurança na Europa no pós-guerra” para “substituir os mecanismos legítimos que regem as relações internacionais por uma espécie de ‘ordem baseada em regras'”.

A Rússia recorda ainda que, durante os bombardeamentos, a NATO utilizou munições de urânio empobrecido, facto constatado pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, causando a “contaminação de vastas áreas e um aumento sem precedentes de casos de cancro”.

Moscovo argumenta ainda que “nenhum dos representantes da NATO sofreu qualquer punição”, e que, em vez disso, continuaram a considerar as vítimas como “perdas colaterais”.

“A questão da responsabilidade dos aliados da NATO pelos danos que causaram às relações internacionais e diretamente ao próprio país continua em aberto”, conclui a nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.